(…)exaltação do que ela é em sua evidência pura, sem intercessões, sem concessões, sem floreios. Apanhadas em seu aparelhos mais simples, libertas de uma identidade que pesa sobre elas como uma moldura, as pessoas estão por um instante, aquele da foto, ausentes da própria vida, ausentes da própria infelicidade, elevadas de sua misérias para a figuração trágica, impessoal do próprio destino. Aí está o essencial: dar a ver as pessoas, não em sua infelicidade, mas em seu destino. Para tanto, é necessário que o fotógrafo seja, a um só tempo inexistente e um deles.

- Jean Baudrillard