Benedito Fernando Pereira

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Artigos por Benedito Fernando Pereira

O Lugar da Metafísica no primeiro e no segundo Wittgenstein

        O pensamento de Wittgenstein é conhecido por ser o atestado de óbito da metafísica. A postura da impossibilidade de se falar de metafísica manteve-se nas duas fases de seu trabalho. Pretendo aqui explanar brevemente sobre o porquê da suposta condenação à metafísica no primeiro Wittgenstein e, ao mesmo tempo, discordar dela, pelo menos em parte.
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Considerações Sobre Ser o Não-ser Contemporâneo

                                                                            Tous ces défauts humains nous donnent dans la vie
                                                                            des moyens d’exercer notre philosophie.
                                                                                                                         Molière

        Descartes dizia que “não filosofar é viver cego”. Essa pequena-grande frase explica brilhantemente o viver do homem contemporâneo que se pretende globalizado, onipresente e onisciente, mas que, na verdade está isolado e perdido de si. É um homem cego, que já não se encanta nem se assombra com nada. O mundo precisa reaprender a estranhar e a estranhar-se. Vivemos uma época em que a contemplação não tem lugar, o admirar-se já não ocorre. É um tempo de esgotamento, de insatisfação e descrença no futuro.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE O JULGAMENTO DE SÓCRATES

        Faz-se aqui a resenha do capítulo sétimo do livro Os deuses que não morrem, intitulado Revisando o Julgamento de Sócrates, de Herbert Salvador de Lima, publicado em 1996 pela editora Loyola. Neste capítulo, o autor reflete sobre o papel que Sócrates desempenhou não só na filosofia, mas na sociedade de seu tempo, a ponto de ter sido considerado perigoso para a ordem pública e, por isso, preso, julgado e condenado à morte.
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AS BASES FILOSÓFICAS DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE

        O pensamento de Paulo Freire sofreu influência de várias correntes filosóficas, e se pauta pela busca da independência crítica do homem, pela sua libertação. Paulo Freire é herdeiro do Idealismo Hegeliano, do Marxismo e do Personalismo de Mounier.
O personalismo de Mounier associa a noção de consciência com a de comunidade, sustentada por suas reflexões sobre comunicação interpessoal e comunhão. Essa liberdade não é a da individualidade liberal, mas a da pessoa enquanto consciência autônoma em comunicação com as outras. Da comunicação nasce a comunhão que, fundada no amor, é um dos sustentáculos da idéia de revolução comunitária proposta por Mounier. A revolução comunitária é um processo de conscientização que deve se disseminar por toda a sociedade, prenunciando um socialismo utópico, que substitua as opressões de direita e os totalitarismos de esquerda. E é pela educação que as consciências se tornam críticas da realidade. Ela deve ser pensada para além da tutela do Estado, devendo estar sob a tutela do povo. Isso dá um tom libertário às reflexões pedagógicas de Mounier, o que também se encontra em Paulo Freire.
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A VIRTUALIDADE PÓS-MODERNA

        A partir da década de 1960, e no Brasil mais marcadamente no início da década de 90 do século XX, uma série de inovações científicas e tecnológicas convergiram para a criação de novos paradigmas. As redes interativas de computadores cresceram e criaram novos canais de informação e comunicação que promovem mudanças nas relações sociais, econômicas e culturais. A emergência da Internet, com a formação de comunidades virtuais de interação on-line, foi vista por muitos como o surgimento de novos padrões de relações sociais substituindo as antigas. Os críticos da Internet argumentam que a rede promove o isolamento social e um colapso da comunicação e da vida familiar. A sociabilidade real seria substituída por uma aleatória e virtual, baseada em identidades falsas e representação de papeis. Assim, a Internet foi acusada de induzir as pessoas apenas a viver suas fantasias on-line. Hoje, décadas depois, essa visão está ultrapassada. Com a difusão em massa da Internet, ela foi apropriada pela prática social em toda a sua diversidade, e essa apropriação tem efeitos sobre essa mesma prática. Pesquisas recentes mostram que a representação de papeis e a construção da identidade via Internet são uma pequena parcela da sociabilidade baseada na rede, e esse tipo de prática concentra-se nos adolescentes (Castells, 2001). A Internet não é um terreno onde prevalece a fantasia, mas uma extensão da vida como ela é, em todas as suas dimensões. E mesmo nos ambientes em que a representação de papeis é comum, esses papeis são moldados segundo as vidas reais dos “personagens”: “[...] a maioria dos usuários sociais da comunicação mediada por computador cria personalidades on-line compatíveis com suas identidades off-line” (Baym, 1998 apud Castells, 2001, p. 100).
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A Justiça como base do Utilitarismo

GUISÁN, Esperanza. Utilitarismo, justiça e felicidade. In: PELUSO, Luiz Alberto (Org.). Ética e utilitarismo. Campinas: Editora Alínea, 1998, p. 131-141.

O Utilitarismo é uma corrente filosófica que tem sido mal interpretada ao longo da história. É generalizada, por exemplo, a má compreensão do papel da justiça nesta doutrina. Vários autores incorrem no erro de entender que a ética utilitarista, seria injusta e justificaria prejudicar minorias visando a felicidade da maioria.
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Ética Aristotélica e Pós-Modernidade

        Para Aristóteles a virtude está sempre em fazer a coisa justa no momento e do modo oportunos. Sua ética do meio-termo pode ser aplicada não só aos contemporâneos seus, mas também em nossos dias. De fato, atualizando o pensamento do filósofo, podemos nos questionar sobre o ser-ético do nosso tempo. Ao considerar-se o exposto no Livro IV de sua Ética a Nicômaco, percebemos claramente a tendência de nossa sociedade atual em “viver de extremos”. A lógica do consumismo, da lei de mercado, impõe ao homem a prodigalidade, ainda quando este não tem condições para isso. De fato, hoje, ser homem é ser consumidor. Mais >

Sobre a Verdade

BALLESTER, M. Verdade. In: VILLA, M. M. (org.). Dicionário de pensamento contemporâneo. São Paulo: Paulus, 2000, p. 764-768.

SOBRE A VERDADE

        O texto a seguir é a resenha do verbete “verdade”, segundo o Dicionário de pensamento contemporâneo, por M. Ballester. Segundo o referido dicionário, já os gregos falaram sobre a verdade, identificando-a com a alethéia, palavra que significa ‘desvelamento’ aplicado à realidade, que teve início com a busca da arché, o princípio de todas as coisas.
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