Ana

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Artigos por Ana

Uma relação ambivalente

Da identidade absoluta à oposição total, a relação tensa entre filosofia e psicanálise constitui um dos traços fundamentais da obra de Lacan

Lacan foi um teórico da psicanálise que se notabilizou pela importância que concedeu à filosofia. Suas referências filosóficas são superabundantes, as mais diversas tradições da filosofia encontram-se representadas em seus textos e em seus seminários, num desfile de nomes ilustres convocados à discussão dos mais variados tópicos da teoria psicanalítica. Esse index nominorum impressiona por sua extensão e variedade: podemos aí encontrar, em posição de destaque, Sócrates, Platão, Aristóteles, Plotino, Descartes, Pascal, Kant, Hegel, Kierkegaard e Heidegger, para ficarmos apenas com os mais famosos.
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Revista Theoria – 3ª Edição


Ano Vieirino

[ Para Um Homem Se Ver a Si Mesmo ]

Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três cousas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que cousa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo? Para essa vista são necessários olhos, é necessário luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento. Ora suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus?


[Padre António Vieira] – Sermão da Sexagésima

O Meu Olhar

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender …

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar …
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar…

{Alberto Caeiro} – O Guardador de Rebanhos – 08/03/191

Beckett

     Pois é! Na falta temporária da nossa amiga Sueli, coube a mim a tarefa de relatar um pouco sobre a conferência “Beckett e a desintegração da linguagem” apresentada pelo Prof. Dr. Lauro Baldini nesse terceiro dia da III Jornada de Filosofia da Faculdade Católica de Pouso Alegre.
     Difícil falar sobre alguém que, categoricamente, afirma não ter nada a dizer. Assim se declara Samuel Beckett.
     Mas, como este homem extremamente versátil, que produziu romances, peças, programas de rádio, contos, novelas e até um filme, pode ser associado à desintegração da linguagem? Apesar de não acreditar na palavra, escreveu incessantemente e, com a sua literatura da “des-palavra”, ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1969. Acha paradoxal?

     Pois então leia a trilogia romanesca de Beckett: “Molloy”, “Malone Morre” e “O Inominável”. Ele garante serem correlatas entre si. Talvez o que as une (e isso são considerações minhas) seja a ordem decrescente das mesmas em relação aos elementos. Na primeira, dois personagens. Na segunda, apenas um. Na terceira, o inominável. Não existem tramas, cenários, enredos, heróis… nada. Essa é a palavra: NADA! Beckett gira ao redor do nada de forma tão magistral que, não raro, nós, leitores, nos vemos no centro de suas obras.
     Mais uma vez paradoxal? Claro! O quê você espera de um homem que diz:

“Não tenho nada a dizer, mas somente eu sei como dizer isto.”

Palavras de Beckett…

Escrito por: Ana Flavia – 2º Período de Filosofia

A Filosofia na obra de Machado de Assis

      Inicialmente, o Professor Giovanni Marques Santos, falou sobre a vida de Machado de Assis e fatos importantes de sua história pessoal que possivelmente marcaram sua obra, como no caso do tema “a ascensão do mestiço”, visto sua condição de mulato, neto de escravos alforriados; e as outras enfrentadas por Machado no início de sua carreira literária. Além de muitas dificuldades de ordem social e financeira, como se sabe, Machado era míope (e quase vesgo), gago, epilético, diabético (doença que lhe causou uma cegueira temporária). Apesar de tantas barreiras, Machado percorreu o inimaginável trajeto do menino órfão vendedor de doces à Primeiro Presidente da Academia Brasileira de Letras. De fato, talvez graças à essas “barreiras”, é que Machado tempera com boa dose de sarcasmo suas obras.
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III Jornada de Filosofia

Programação

29/09/08

19h30m – Sessão Solene de Abertura da III Jornada de Filosofia

Participação do Coral do Seminário Arquidiocesano de Pouso Alegre.

20h – Conferência: Linguagem, Literatura e Filosofia

Profª. Dra. Olga de Sá (FATEA – Lorena-SP)


30/09/08

14h-18h – Curso Breve: A Filosofia na obra de Machado de Assis

Prof. Giovanni Marques Santos (Mestrando em História e Teoria Literária – UNICAMP)

19h30m – Conferência: Clarice Lispector e o Existencialismo

Profª. Dra. Mírian dos Santos (UNIVÁS)


01/10/08

19h30 – Conferência: Beckett e a desintegração da linguagem

Prof. Dr. Lauro Baldini (UNIVÁS)


02/10/08

14h-16h – Curso Breve: Abordagem antropológica do “Hamlet” de Shakespeare (Primeira Parte)

Profª. Ms. Joelma Pereira de Faria (UNIVÁS/ FACAPA)

19h30m – Conferência: A caminho do pensamento e da poesia

Prof. Dr. Renato Kirchner (Universidade São Francisco – Bragança Paulista-SP)


03/10/08

14h-16h – Curso Breve: Abordagem antropológica do “Hamlet” de Shakespeare (Segunda Parte)

Profª. Ms. Joelma Pereira de Faria (UNIVÁS/ FACAPA)

19hApresentação de Comunicações

20h30m – Café Filosófico: Filosofia e Literatura hoje – desafios e perspectivas

Prof. Giovanni Marques Santos (Mestrando em História e Teoria Literária – UNICAMP)

Encerramento da III Jornada de Filosofia

Sala 1

Moderador: Profa. Marilda de Castro Laraia
19h10m – Maike Riceli de Souza (UNIVÁS) –
Quem é Amadeu de Queiroz?
19h30m – José Augusto G. M. e Silva/ Selma de C. Gonçalves (FACAPA) –
O amor platônico na obra-prima de Shakespeare
19h50m – Paulo Araújo de Almeida (FACAPA) –
Alcântara Silveira: o Poeta e o Filósofo

Sala 2

Moderador: Prof. Pedro Rodolfo Fernandes da Silva
19h10m – Samuel Araújo Ferreira (FACAPA) –
O Segundo Tratado sobre o Governo de John Locke
19h30m – Carlos Roberto da Silveira (FACAPA) –
A inveja e a justiça na poesia filosófica dos aedos

Sala 3

Moderador: Prof. Pe. Juliano de Almeida Oliveira
19h10m – Leila Silvia L.S. Tourinho (FACAPA) –
A fusão de horizontes em Gadamer: Possíveis interpretações de Prometeu à luz de Hesíodo e Goethe
19h30m – Rogério Lobo Sáber (UNIVÁS) –
Análise poética do Motivo de Cecília Meirelles
19h50m – Adriano Geraldo da Silva (FACAPA) –
A questão do intelecto possível no De unitate intellectus contra auerroistas de Santo Tomás de Aquino

Sala 4

Moderador: Prof. Antonio Gilberto Balbino
19h10m – Leandro Luis M. Ribeiro (FACAPA) –
Alteridade: A Ética de Emmanuel Lévinas
19h30m – Rafael Pereira de Souza (UNIVÁS) –
A importância da Literatura e de Clarice Lispector
19h50m – João Henrique da Silva (FACAPA) –
O paradoxo da existência: uma abordagem existencial dos estádios no caminho da vida em Soren Kierkegaard

Sala 5 (Reuniões)

Moderador: Profa. Joelma Pereira de Faria
19h10m – Laila de Castro Costa (UNIVÁS) –
Significação dos textos poéticos de Rubem Alves e das letras de músicas sertanejas
19h30m Ronne Peterson de F. Oliveira (FACAPA) –
A leitura popular da Bíblia na perspectiva de Carlos Mesters
19h50m – Lucas Silva Crispim (FACAPA) –
O conceito de Política em Santo Agostinho