Em Outubro passado, Umberto Eco serpenteava pelos labirintos da Feira do Livro de Frankfurt com uma beata de cigarro apagada a pender dos lábios, como um lúgubre chupa-chupa. Tratava-se de um protesto mordaz ao recentíssimo anti-tabagismo vigente. Um mês antes, a Alemanha era um dos raros países da UE onde ainda podia fumar-se até em comboios. Daí o incongruente ar ensimesmado do semiólogo-romancista, em tantos aspectos um italiano típico – os italianos não se limitam a falar pelos cotovelos: fazem-no como se tivessem uma batuta invisível na mão.
Mais >