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O ilógico necessário

“Entre as coisas que podem levar um pensador ao desespero está o conhecimento de que o ilógico é necessário para o homem e de que o ilógico nasce muito bom. Ele está tão firmemente implantado nas paixões, na linguagem, na religião e em geral em tudo aquilo que empresta valor à vida, que não se pode extraí-lo sem com isso danificar irremediavelmente essas belas coisas.São somente os homens demasiadamente ingênuos que podem acreditar que a natureza do homem possa ser transformada em uma natureza puramente lógica; mas se houver graus de aproximação desse alvo, o que não haveria de se perder nesse caminho! Mesmo o homem mais racional precisa outra vez, de tempo em tempo, da natureza, isto é, de sua postura fundamental ilógica diante de todas as coisas.”

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm – Coleção os Pensadores – Humano Demasiadamente Humano – um livro para espíritos livres. – 5.ed. – São Paulo: Nova Cultural, 1999, 61-99, p. 75

Entre as coisas…

Entre as coisas que podem levar um pensador ao desespero está o conhecimento de que o ilógico é necessário para o homem e de que do ilógico nasce muita coisa boa.
(…) Apenas os homens muito ingênuos podem acreditar que a natureza humana possa ser transformada em uma natureza puramente lógica; mas se houvesse graus de aproximação dessa meta, o que não se haveria de perder nesse caminho! Mesmo o homem mais racional precisa, de tempo em tempo, novamente da natureza, isto é, de sua ilógica relação fundamental com todas as coisas

{NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Humano, Demasiado Humano: um Livro para Espíritos Livres. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p.38}

Friedrich Wilhelm Nietzsche

O que é então a verdade? Uma multidão movente de metáforas, de metonímias, de antropomorfismos, em resumo, um conjunto de relações humanas poeticamente e retoricamente erguidas, transportadas, enfeitadas, e que depois de um longo uso, parecem a um povo firmes, canoniais, e constrangedoras: as verdades são ilusões que nós esquecemos que o são, metáforas que foram usadas e que perderam a sua força sensível, moedas que perderam o seu cunho e que a partir de então entram em consideração, já não como moeda, mas apenas como metal.

Friedrich Wilhelm Nietzsche
(Röcken, 15 de Outubro de 1844 – Weimar, 25 de Agosto de 1900)
O Livro do Filósofo, p.94