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O carnaval

Posted By Fabiano On 10 de fevereiro de 2010 @ 9:43 In Artigo | No Comments

Resumo

Este artigo pretende apresenta um olhar antropológico, sociológico e filosófico sobre a festa do carnaval que é um aspecto que caracteriza a cultura Brasileira. O conteúdo deste tem como base a obra: O que faz brasil, Brasil?, do sociólogo Roberto da Mata. Tal obra faz uma definição do Brasil, tendo interesse de responder para o leitor o que faz brasil, Brasil, mostrando a sua identidade própria.

Palavras-chave: identidade, carnaval, alegria, liberdade.

      No caso do Brasil; a maior, mais livre, mais criativa, mais irreverente e mais popular de todas as festas é sem dúvida o carnaval. Tal evento é adjetivado como a festa da liberdade que possibilita viver um momento longe do trabalho, das obrigações e deveres, proporcionando um encontro com excesso de prazer, riqueza, alegria, riso e sendo propriedade de todos. Para a realidade social do Brasil, esta festa é sinônima de alegria e o trabalho de castigo, dureza e suor, controlando e enquadrando as emoções das pessoas que trabalham.

      O carnaval é a festa da liberdade que possibilita viver um momento longe do trabalho, permitindo substituir o uniforme pela fantasia, comer e beber nas ruas, trocando a casa pelo mundo público, no qual o comportamento das pessoas que vão para a folia é dominado pela utopia da ausência de hierarquia repressora, em que a regra é a prática dos excessos, causando para muitas pessoas conseqüências desagradáveis, pois ao término do carnaval se volta para a rotina diária acompanhada de tais consequências.

      A festa do carnaval é um modo que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando transparecer a sua alma, o seu coração, colocando para fora as suas emoções. Portanto não se pode ter um carnaval sério, senão não seria um carnaval, porque para viver o espírito carnavalesco é preciso uma grave sinceridade, pois não se pode frequentar o carnaval sem vontade. Diferente de ir a uma cerimônia oficial onde é mantida a formalidade, as diferenças sociais e a ênfase é colocada sempre na ordem e na disciplina em que as pessoas, efetivamente, distinguem-se por meio de cadeias hierárquicas que indicam e revelam sua importância.

      No carnaval, o corpo e a alma devem estar juntos, sendo assim possível a mudança de lugar, inventando o mundo em direção à igualdade de todos perante a sociedade, mesmo que seja apenas durante os três dias de festa.

      Contrária a uma festa formal, o carnaval é uma festa desorganizada da sociedade de massa por trocar o dia pela noite, fugindo assim do normal, trocamos a nossa casa pela rua, onde é o lugar próprio para o ritual do carnaval, estabelecendo o ponto de encontro entre as pessoas.

      Os desfiles são organizados por entidades privadas: escolas de samba e blocos, onde se encontra pessoas de camadas mais baixas, mais também reuni milionários, astros de futebol, artistas da TV e muitos famosos.

      Na elaboração dos desfiles são preparados com extrema pompa, onde acontece algo que os brasileiros deveriam perceber quando vão apreciar, pois há uma inversão que possibilita a igualdade: uma pessoa pobre, negra, desfila com uma fantasia de nobre, de rei ou uma figura mitológica e não há um padrão, cada participante desfila realizando um gesto diferente, criando a essência carnaval.

      Por fim o carnaval é uma festa que transparece a alma brasileira e todos que gostam de brincar e participar do carnaval devem mergulhar no seu espírito e aproveitar tudo de bom que o carnaval pode proporcionar, mas não criar uma nova essência, ridicularizando o carnaval e deixando esta festa com conceito negativo.


Fabiano Cezar da Silva
Terceiro Período de Filosofia


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